Chegamos a uma dada altura da gravidez em que amamos este ser, sem nunca sequer tê-lo visto. Assim que sabemos que estamos grávidas, sentimos, eu pelo menos senti, desde cedo um carinho, uma ligação por esta pessoa, que cresce de dia para dia. A dada altura estes laços são tão fortes, mas tão fortes, que imaginar a minha menina a sofrer dá-me um aperto tão grande que só me apetece abraçar a pancinha (se fosse possível) e dizer-lhe que nunca vamos deixar nada de mal aconterce-lhe. É um misto de sentimentos de amor, carinho mas sempre com alguma angústia e receio por saber que o Mundo nao vai ser sempre justo e bom para ela.
Nós últimos dois dias tenho estado em casa. Não é nada grave, apenas algum descanso e tranquilidade para ver se a Carlota se acalma, depois de há uma semana estar a tentar dar a volta e não conseguir. E acreditem, ela tem-se esforçado imenso. Daí que estes dias tenho tido mais tempo e oportunidade para "ouvi-la" e entender os seus momentos.
É mais do que podemos imaginar... ela ouve-me, enquanto faço festas pela barriguita, e acalma-se. Se canto para ela, naquelas alturas em que a minha pancinha está num turbilhão, ela acalma. Quando sinto que já passou muito tempo desde o último pontapé, começo a falar (mais alto) com ela e daí a uns segundos tenho a minha resposta.
É a melhor sensação deste Mundo, sentir-mos que conseguimos comunicar com os nosso filhos, ainda dentro da nossa barriga. Saber que os entendemos. As posições que eles mais gostam e as que não gostam mesmo, as alturas em que estão a dormir... É mais, muito mais do que podemos imaginar...
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