Eu sou simpática, juro!

Os meus amigos, e marido, dizem que sou uma anti-social. Quase antipática! Telhuda, é o adjectivo mais usado pra me descrever! Não sou a pessoa mais "dada" à face da Terra, mas caramba, até sou de sorriso fácil.

Acusam-me de ser telhuda porque não gosto e faço sorriso amarelo, quando aparecem aquelas pessoas que fazem conversa sobre tudo e em qualquer lado. Ele é nas fila do supermercado, nas salas de espera dos consultórios, em restaurantes, na creche, no cabeleireiro, na manicure, enfim, não tenho pachorra pra conversas de "encher chouriços". Se for algo últil ou engraçado, tudo bem, agora conversa de passar tempo, poupem-me! Pior dos piores (e é aqui que sou atacada ferozmente por quem me conhece), e aí sim eu passo-me mesmo, é ir de ferias, pra bem longe, e encontrar portugueses que querem logo fazer grupinho e não desgrudam ou então fazem questão de se por a falar bem alto, para que os outros tugas percebam que há mais tugas no pedaço na esperança de arranjar amiguinhos pra viagem. Tenho muito orgulho em ser portuguesa, mesmo, mas nestas ocasiões até faço por nem falar para ver se passo despercebida. E agora? Sou antipática e anti-social por isso?

Já o meu rico marido contorce-se todo por uma troca de palavras com estranhos. Falar sobre o tempo e sobre a crise?! Não, obrigada! Ir pro estrangeiro e ter que fazer frete?! Passo! À conta disso já me lixei à grande. Armei-me em Miss simpatia e digo-vos que tive 1 semana na Jamaica, com um casal português que o senhor meu marido fez questão de dar conversa, e quando dou por mim, estou nessa bela terra com praias de areia branca e mar azul turquesa, a levar com 1 casal de informáticos em que o homem só queria jogar xadrez (????) e a mulher só me falava das aventuras do que é ser mulher num mundo de homens (a mim, que trabalho nas obras), em megabites e software.  E passamos 1 semana nisto. O T. jogava xadrez e eu levava com a senhora que não fechava a matraca. Já disse que estávamos na Jamaica? Pois!

Por isso, digam o que quiserem, mas longe. Deixem-me cá estar no meu sossego e ficamos todos felizes.