22 maio 2012

Morte lenta

Desde Outubro passado que a empresa onde trabalho foi de vez engolida pela "empresa mãe", que resolveu fundir umas quantas empresas do grupo. Não por não haver lucro, mas por este não ser suficiente para eles... (isto aguenta-se?) Como resultado, tudo o que sobra, sai. Eu, que estive de Licença Parental até Fevereiro, vivi esta realidade de uma forma muito superficial. Quando regressei foi O choque. 70% dos meus colega já tinham ido embora e os que restam, eu inluída, estão apenas a tratar de pendentes, mas já com uma certeza, a saída.

Sinto-me num processo de morte lenta. Dia pra dia, as coisas vão ficando mais paradas, com menos gente, mais vazias (as salas, a fábrica, o armazém). Quando olho para os espaços com olhos de ver, e não vejo nada, fico com o coração apertado. E não por saber o que me espera, mas por sentir uma angústia e uma tristeza imensa por tudo o que foi vivido ali e que desapareceu. Passo nas minhas obras e revivo as alegrias, as tristezas, as dores de cabeça... e era tão bom! Eu gosto muito do que faço (fazia).

Daí que para mim, todo este preocesso devia ser como a morte: limpa e rápida. É para fechar, tá fechado, vamos embora. Mas não, continuo a acordar todos os dias para esta realidade com uma vontade gingantesca de não voltar a aqui por os pés. É horrível. Ver as saídas, uma após outra. As portas a fecharem-se, uma após outra.

E nunca mais chega O meu dia!

4 comentários:

  1. xô...xô...nao gosto nada desta tua analogia!!! xô..pensamentos tristes!!!

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  2. Cada vez mais é um tormento vir para aqui. E depois há dias melhores e outros piores...

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  3. Bi, este texto podia ter sido escrito por mim! Vivi exactamente o mesmo que tu! Por pouco achei que éramos colegas! :P
    Sei o quão desmotivante é trabalhar assim e o quão triste é ver colegas partir... Ainda mais aterrando de pára-quedas depois de uma baixa mágica a lamber o nosso baby! Força aí!!! :)

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  4. Obrigada kiki! :)

    Por norma, não sou uma pessoa nada negativa e aguento-me bem a uma bela adversidade. Mas é como já escrevi, há dias melhores e outros nem por isso...

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