28 maio 2015

Ai educar... esse bicho!!

Educar já não é fácil. Educar sozinha é de arrancar cabelos. Vivo com este drama. Não adianta. A Carlota está com o pai a cada 15 dias ao fim de semana e janta uma vez por semana. Não há aqui grande margem para lições, embora eu saiba que ele mantém "as regras". Só que ele não está com ela no difícil. No acordar para ir para a escola, nas consecutivas manhãs de birras, nos fins de dia, com banho, jantar... no "senta-ta direita na cadeira, não coces a cabeça, pões as mãos em cima da mesa, come com o garfo, limpa a boca..." Esse é um trabalho meu. Sinto essa responsabilidade porque ela passa 90% do seu tempo comigo. E depois zango-me com os meus pais, que fazem o papel de avós, dando trela a algumas asneiras, mas que eu muitas vezes não posso permitir... E o agradecer, o se faz favor, o pedir licença para sair da mesa, o responder quando chamo por ela, o NÃO responder quando mando lavar os dentes, ir para cama ou fazer alguma tarefa daquelas que acham menos piada. Tudo passa por mim. E quero, faço questão, que ela aprenda a ter maneiras e a ser educada.

Ontem zanguei-me com a minha mãe. A Carlota gosta tanto de estar nos avós que tive que instituir um dia da semana para ela lá dormir. Ontem de manhã liga-me a minha mãe a dizer que ela não quis calçar as sandálias e foi para a escola de Crocs(!!!). Desculpa?!? Ela não quis?!?
E como avó que é, a minha mãe ainda lhe deve ter feito uma festinha na cabeça e ter dito  qualquer coisa como "está bem meu amor. A vovó não te calça as sandálias... vais de crocs!" Porque tu queres.

E estas coisas afligem-me porque sinto que estou sozinha a fazer o papel da má da fita. Mas não é por ser A má que me assusta, é mesmo por ser sozinha e ter muito medo de não conseguir que ela receba a mensagem.

9 comentários:

  1. Bi não te apoquentes, tanta criança com os pais juntos que também não recebe a mensagem. É só mais cansativo para ti mas ela acabará por fazer as coisas que lhe ensinas. Repara que as minhas com 9 e 8 anos também ainda refilam muito, também esticam a corda, também tentam e massacram a minha linda cabeça. Não é um trabalho que fique feito e siga, é um trabalho que se vai fazendo até chegarem a adultos. Uns dias vemos alguns resultados do nosso trabalho, outros dias parece que não mas estão lá acredita. Nota-se mais quando os vemos com outras crianças, aí sim a partir dos 6/7 anos nota-se a educação que lhes é dada em casa. A tua ainda é demasiado pequena.
    Um beijinho e calma, estás no bom caminho de certeza.

    Maggie

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  2. É uma idade muito difícil! Parecem mini adolescentes e temos que estar sempre a dizer as mesmas coisas e parece que todos deixa, fazer tudo menos nós! Mas vai com calma, a mensagem há-de passar e esta fase de mais birras também não deve durar para sempre (tenho que acreditar nisto porque eu não estando sozinha também sinto que esse papel da má é 90% meu... Se o pai o for levar à escola ele arma uma birra e consegue que o pai o leve para casa da avó... NÃO É NORMAL!!!!)...

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  3. Eu percebo o drama, mas vais perceber que tudo se resolve. ainda há-de vir a fase em que ela testará os limites da casa da mãe e da casa do pai, e da namorada do pai e da avó, do avô e da professora. relativiza mas com firmeza. nunca serás a má porque mesmo que estejas zangada continua a relembrar-lhe o quanto gostas dela. Um beijo enorme para a profunda mulher e mãe coragem que és!

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  4. As avós são mesmo assim... cá em casa também estou sempre a dar na cabeça da minha mãe, mais por causa das guloseimas... faz parte. Em relação a educares sozinha imagino o peso que sentes, mas acredita que ela aprende tudo e todos os valores que lhe ensinares. Mesmo quando parece que não estão nem aí para o que nós dizemos. Nunca pensaste em guarda alternada? Quando funciona, penso que é a melhor solução para todos... e tu ganhas uma semana de borla, semana sim semana não, que diz quem passa por isso que primeiro estranha-se mas depois entranha-se! Beijinho e boa sorte:-)

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  5. oh-oh… havia tango para comentar sobre isto… tens três meses? :)

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  6. Não te preocupes. A essência tem de estar lá...o resto, apesar de importante, é supérfluo!
    Num comentário bastante superficial: há boas pessoas de crocs é com sucesso na vida...e há verdadeiros sacanas que se sentam direitos à mesa.
    Tens de ser suficientemente boa. A palavra-chave é: suficientemente!

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    Respostas
    1. Concordo!! E (apesar de não simpatizar nada com tal calçado) claro que o problema não está nos Crocs!! :))

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    2. Eu sei que é difícil! Mas os filhos perdoam tudo...excepto a falta de atenção e amor.
      O segredo está mo equilíbrio e no "qb".
      Beijinho grande

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